terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Por um momento, no centro do mundo.

Artigo publicado na Revista da Indústria”,FIESP, nº 152, agosto de 2009

Uma vez, voando sobre Florença e vendo do alto as suas luzes noturnas, me ocorreu que Leonardo da Vinci nunca observara aquela luminosa paisagem aérea. O que este habitante de Florença, na sua genialidade, criaria se tivesse disponível a energia elétrica e o transporte aéreo?
Hoje, observando o programa do “File 10 NURBS PROTO 4KT”, tenho a exata dimensão do nascimento de uma nova civilização e do tempo acelerado que a humanidade recebe. Os meios eletrônicos, ainda em pleno desenvolvimento, são tão formidáveis que se delineia uma nova escrita, outro tipo de armazenamento de dados, um sistema inédito de cruzamento de fatos, multiplicação de informações a ponto de indicar outro nível de percepção, veículos inéditos para a expressão da sensibilidade e da arte. Para a humanidade o tempo social se torna simultâneo e concomitante, dado o caráter instantâneo da circulação das mensagens.
Para o Brasil o futuro não é mais uma palavra ambígua, pois já não se trata de ironia sobre o “país do futuro”, mas de um país que abriga e promove um extraordinário encontro mundial de linguagem eletrônica. Trata-se do Festival Internacional de Linguagem Eletrônica, uma realização do SESI-SP, que acontece no Centro Cultural FIESP Ruth Cardoso, e reúne 300 artistas, de 30 nacionalidades, que experimentam a nova cultural digital. Existem artistas individuais, grupos, arte interativa, games, screenings, performances, arte sonora, realidade virtual, cinema digital 4K, debates e conferências.
O nome “FILE 10 NURBS PROTO 4KT” é estranho e lembra os romances de Asimov, Bradbury e Simac, famosos autores de ficção cientifica. O clima é de euforia, entusiasmo e inventividade, o que elimina a expectativa angustiosa. E isto nos convence de imediato que é a nossa própria espécie humana que estende as suas antenas perceptivas e que não estamos diante de uma delegação de venusianos a nos trazer um festival artístico incompreensível, mas no centro de uma revolução humanística e o Brasil, entre os dias 28 de julho e 30 de agosto, abriga o novo olhar do planeta. Jacob Klintowitz

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