Por que ver os mestres
Jacob Klintowitz
A nossa paisagem cultural tem outra fisionomia, está mais transparente, como se este ano só nos oferecesse uma única estação, a primavera. Há muitos meses, em razão do Ano da França no Brasil, estão entre nós e convivem no nosso país alguns mestres universais como Henri Matisse, Marc Chagall, Henri Cartier-Bresson, Juan Gris, Georges Braque, Fernand Léger, Jean Dubeffet, entre outros. E com eles brasileiros que se formaram neste contato íntimo, como Antonio Bandeira, Sérgio de Camargo, Flávio Shiró Tanaka, Ligia Clark, Caciporé Torres.
Este artigo começou com uma dúvida, eu deveria escrever “por que ver os mestres” ou “por que ver os mestres?”. A diferença está em afirmar a qualidade de uma experiência pessoal única ou indagar se esta ainda é uma relação significativa. Eu optei pelo prazer deste contato com esta fonte rara, o mestre.
Eu posso definir o que é um mestre. Para Guimarães Rosa mestre é aquele que de repente aprende. Para a nossa vivência, mestre é aquele artista que quando o contemplamos sempre parece que o estamos vendo pela primeira vez. Ou quando o vemos pela primeira nos parece que o estamos revendo.
Os mestres, tal a sua carga de densidade humana, nos ajudam a entender o que somos e quem somos. Os mestres estão além das circunstâncias sociais, econômicas e políticas. Entretanto todos estes elementos podem estar na sua obra, mas será sempre o pano de fundo. Neles é o campo de ação onde atuam os seres humanos.
Os mestres pertencem à história, como todos nós, mas não são medidos apenas pela história, mas pela dimensão nuclear que portam do destino humano. Eles têm data de nascimento, mas não são datados, no sentido de pertencerem unicamente à uma época.
O prazer que contemplar os mestres nos dá é insuperável. É a alegria da alma com o auto- reconhecimento e o êxtase da perceber a possível dimensão humana. A alta estética nos possibilita exatamente isto, o vislumbre e a descoberta da perenidade dos valores humanos. Talvez o homem tenha sido feito á semelhança de Deus.
Jacob Klintowitz
A nossa paisagem cultural tem outra fisionomia, está mais transparente, como se este ano só nos oferecesse uma única estação, a primavera. Há muitos meses, em razão do Ano da França no Brasil, estão entre nós e convivem no nosso país alguns mestres universais como Henri Matisse, Marc Chagall, Henri Cartier-Bresson, Juan Gris, Georges Braque, Fernand Léger, Jean Dubeffet, entre outros. E com eles brasileiros que se formaram neste contato íntimo, como Antonio Bandeira, Sérgio de Camargo, Flávio Shiró Tanaka, Ligia Clark, Caciporé Torres.
Este artigo começou com uma dúvida, eu deveria escrever “por que ver os mestres” ou “por que ver os mestres?”. A diferença está em afirmar a qualidade de uma experiência pessoal única ou indagar se esta ainda é uma relação significativa. Eu optei pelo prazer deste contato com esta fonte rara, o mestre.
Eu posso definir o que é um mestre. Para Guimarães Rosa mestre é aquele que de repente aprende. Para a nossa vivência, mestre é aquele artista que quando o contemplamos sempre parece que o estamos vendo pela primeira vez. Ou quando o vemos pela primeira nos parece que o estamos revendo.
Os mestres, tal a sua carga de densidade humana, nos ajudam a entender o que somos e quem somos. Os mestres estão além das circunstâncias sociais, econômicas e políticas. Entretanto todos estes elementos podem estar na sua obra, mas será sempre o pano de fundo. Neles é o campo de ação onde atuam os seres humanos.
Os mestres pertencem à história, como todos nós, mas não são medidos apenas pela história, mas pela dimensão nuclear que portam do destino humano. Eles têm data de nascimento, mas não são datados, no sentido de pertencerem unicamente à uma época.
O prazer que contemplar os mestres nos dá é insuperável. É a alegria da alma com o auto- reconhecimento e o êxtase da perceber a possível dimensão humana. A alta estética nos possibilita exatamente isto, o vislumbre e a descoberta da perenidade dos valores humanos. Talvez o homem tenha sido feito á semelhança de Deus.
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